segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Eternidade - em que consiste?



  Sem duvida, esta temática é da mais alta importância para a igreja Cristã, infelizmente tão negligenciada nos púlpitos e salas de aulas teológicas. Um assunto tão fascinante não pode ficar de fora da grade teológica das comunidades cristãs, pois trata diretamente do nosso estado eterno, já conquistado mediante a justificação, por intermédio de Cristo na cruz .  "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" Jo 3:16.

          A WIKIPÉDIA - Enciclopédia Livre - conceitua a palavra eternidade como um conceito filosófico que se refere, no sentido comum, ao tempo infinito, algo que não pode ser definido ou medido pelo tempo. Etimologicamente a palavra  'eternidade' vem do latim 'aetumus', termo que, por sua vez, é uma derivação de 'aevum', que significa era ou tempo.  A maioria dos dicionários de língua portuguesa definem a palavra 'eternidade', como uma característica, atributo, qualidade que não tem início ou fim; duração que não tem começo nem fim, que prescinde de qualquer determinação cronológica.

               Definirmos o conceito de eternidade dentro dos parâmetros humanos em seu sentido amplo é difícil, pois dentro  da racionalidade humana, talvez não seja estritamente apropriado que exista uma eternidade, levando-se a o princípio que não pode ser  contada e nem medida, ela sempre foi, sempre é e sempre será.  No estagio atual, somos possuidores de uma natureza 'temporal' e cronológica, estamos em total sujeição ao tempo, portanto,  o conceito 'eterno' soa de forma estranha a nossa realidade, mas nem por isso, devemos deixar de abordar essa temática, embora seja de difícil compreensão, é uma realidade, um fato verdadeiro, que determinará o nosso futuro. Partindo da afirmativa verdadeira que o ser humano, é  produto da criação miraculosa do grande criador dos céus e da terra, percebemos na criação original, que o homem foi criado para viver para sempre e não para morrer, essa foi a vontade do criador, ele é a fonte da vida.  Uma condição foi imposta pelo criador a sua criatura "Adão", que poderia usufruir de todas as maravilhas do jardim do Édem, mas de um única árvore, ' do conhecimento do bem e do mal', não poderia comer, porque se comesse, certamente morreria, essa foi a exigência do criador, essa era fronteira entre a vida e a morte, entre o temporal (finito) e o atemporal (infinito eterno).

          Mas, como vimos nas sagradas escrituras, na qual  baseamos, o homem não resiste a tentação do diabo personificado pela serpente, e desobedece de forma literal, uma ordem tácita de Deus,  o pecado nos é apresentado com todo seu flagelo, o homem cai, sua natureza deforma-se, e a triste realidade da morte lhe é inserido no seu DNA, ' porque o salario do pecado é a morte',  o homem criado com a natureza  eterna e infinita, torna-se em uma criatura atrofiada, doente e finita. Evidencio este assunto, porque,  talvez, não haja uma evidência mais clara do conceito de eternidade do que este, a eternidade de Deus é exaustivamente abordada na bíblia e não levar isso em consideração, é  como dar um tiro no escuro, porque não há nada nesse mundo que expresse a eternidade em seu sentido amplo como Deus, " Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste" ( Cl 1.17); Deus é a própria eternidade,  o apóstolo João  o chama  de 'Jeová' traduzindo como "Aquele que é, e que era, e que há devir" ( Ap 1.4).  Não existe conceito do eterno fora de Deus, este é um dos atributos de sua divindade. 
  
          Por mais que dentro dos princípios racionais   o conceito de eternidade seja uma afirmativa absurda, um efeito sem causa é um absurdo filosófico. Se algo existe agora, alguma coisa deve ter sido eterna. Se estamos  certos da existência das coisas presentes, portanto a razão irresistivelmente conclui que Deus é eterno. Mas como podemos compreender o eterno em nosso pensamento? é um conceito tão vasto que nossa limitada mente fica completamente incapacitada disto.

          Alguns pesquisadores e teólogos ao longo dos séculos,  consideram eternidade divisível em duas partes, parte anterior - aquela eternidade que é passado e parte  posterior - aquela eternidade que é vindoura.  Essas duas divisões   partem  do princípio da criação do mundo material, que segundo essa ótica,  não subsiste com  o conceito da eternidade, pois tudo que foi criado tende a a ter um fim. O conceituado pregador e escritor, John Wesley, afirma em um de seus escritos, essa mesma visão, em que o mundo real  sujeito ao espaço/tempo, seria um fragmento  dentro da eternidade, interrompida em ambas as extremidades - uma porção de duração, que começou quando o mundo foi criado,  que continuará por quanto tempo este mundo durar, e , então, expirará para sempre. Aquela porção, que é, no momento medido pelo Sol e planetas;  estendendo-se, por assim dizer,  entre duas eternidades, a que é passado (antes da criação) e a que é vindoura (após o provável fim da criação). 

          A ciência,  também vislumbra uma teoria muito parecida, que afirma que por mais dinâmico e grandioso que seja o vasto Universo com seus sistemas solares, galáxias e toda a suas grandezas e poderes,  há fortes indícios que foi   criada em um determinado momento por uma força cósmica desconhecida, no que chamam de Big beng  (teoria  que afirma que o universo surgiu de uma grande explosão cósmica, que criou o espaço e o tempo), mas assim como surgiu,  tem prazo de validade, em determinado momento dentro das eras cosmológicas, se findará. Independente se as teorias cientificas estão corretas ou não, fato é, que tudo que existe no universo teve um início, e a escritura sagrada nos afirma isso no livro de gêneses 1, no relato da criação do mundo pelo poder da palavra de Deus. 

         Em Apocalipse 21, Deus revela a João uma nova criação; " Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe." não sabemos ao certo em que circunstância, razão ou princípio  que  isto ocorrerá, se a criação atual será extinta ou não, mas está bem claro que haverá uma nova criação, onde  os salvos viverão e gozarão do seu estado eterno para todo o sempre com o Senhor.

        Creio que a criação do mundo material  pelo o altíssimo Deus, foi  com propósito eterno, para durar para sempre. Deus cria o céu  e a terra  com todas suas grandezas magnificas, espantosas e  maravilhosas, que testificam a sua glória, assim o salmista Davi se expressa diante das grandezas criadas; "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos";  Sl 19.  Creio que Deus não criaria algo tão maravilhoso, fascinante e complexo com o propósito destrutivo, seria uma aberração filosófica pensar assim. Por tanto vamos analisar a seguinte proposição; o homem é a coroa da criação, Deus cria todas as coisas, e por ultimo, cria o homem a sua imagem e semelhança, com o propósito, que este, juntamente com toda a criação, o adorem para todo o sempre. Porém,  como mencionei no início, o homem caí no pecado de desobediência  ao  criador, então, o pecado até então inexistente neste mundo material, entra como uma força destrutiva,  atrofiando-o e levando-o  a estar sob a sua maldição, transformando-se em um mundo caído, hostil e cruel. Este fato nos tira a natureza original que é eterna, para uma natureza finita temporal,  que só pode ser restabelecida através de 'Jesus Cristo' que nos resgatou da morte para a vida. 

         Esta temática, hora abordada, é extremamente difícil de se compreender como já mencionei, em razão de nossa mente racional e limitada, mas o estado eterno é real e todos seres viventes, o mundo natural e cosmológico estão completamente mergulhados neste vasto oceano eterno que não tem limites. Mas o  importante é, termos em mente  a compreensão desta temática, porque Deus nos prometeu restituir nosso estado original, através da aceitação  a seu filho amado,  Jesus Cristo, que nos resgatou da maldição do pecado e nele temos vida com abundância, vida eterna, passamos a ter  uma das  a natureza do criador, não podemos ficar um  só segundo  sem Deus, pois não viveríamos por muito tempo, a vida neste mundo, por mais que tenhamos grande longevidade, é apenas um sopro, um flesch, assim o salmista a define " O homem é como um sopro;  os seus dias como a sombra que passa " Sl 144.4 .  Nossos  dias neste mundo é como um sopro e uma sombra sem esperança alguma para os que não estão ligados em Cristo, mas para os que estão ligados Nele 'a videira verdadeira' herdaremos a vida eterna e viveremos para todo sempre na presença de Deus.
Autor: Eleno Corrêa

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