" Pela
fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres
transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por
maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.
Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei;
antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. " Hb 11:24-27
Na vida precisamos fazer escolhas,
e as vezes nos encontramos diante de encruzilhadas, na
qual precisamos escolher um caminho para trilharmos, escolhemos a roupa
que iremos vestir, o cônjuge que iremos viver o resto de nossas vidas, com quem
iremos nos relacionar, o curso que iremos fazer, a Universidade que iremos nos
formar. Escolhas fazem parte de nosso cotidiano, todos os dias nos deparamos
com uma ou outra. São elas que definiram o nosso passado e definem o nosso
presente e futuro, o que somos hoje, é consequência das escolhas que
fizemos no passado, o que seremos amanhã é a escolha que faremos hoje, é
como a lei da semeadura, se colhemos feijão em nossa lavoura hoje, isto se deve
porque, semeamos sementes de feijão no passado.
Porém, fazer escolhas corretas não é tão simples assim, escolhas geram crises, dúvidas, ansiedade, medo e incertezas, justamente porque nos apresentam varias opções, vários caminhos, cada um com suas peculiaridades. O ser humano tende a ser influenciado pelo ciclo social em que está inserido, por tal razão, é importante que nós, como Cristãos, estejamos sempre na boa e agradável vontade do Senhor e nos relacionarmos com pessoas que tenham a graça de Cristo em suas vidas, pessoas que possam nos influenciar com bons testemunhos e possam nos orientar em tais decisões " Presta bastante atenção aos sábios conselhos, e recebe de coração a orientação, assim alcançarás a sabedoria " Pv 19:20.
As escrituras nos relatam muitos exemplos de escolhas que mudaram vidas e destinos. E através desses exemplos, podemos nos orientar e fazer as escolhas certas, em conformidade com os propósitos de Deus. No texto base desse sermão, o autor desta notável obra nos relata com muita propriedade um personagem que pela sua fé, fez jus se destacar na galeria do célebre grupo dos 'heróis da fé'. Moisés não poderia de forma alguma ficar de fora desse grupo, o exemplo dele, nos deixa uma lição clara, a fé é um dos fundamentos de uma vida plena com Deus, pois sem fé é impossível agradar a Deus - Hb 11:6. A fé de um homem pode mudar seu futuro, não só seu, mais de um povo inteiro.
No livro do Êxodo capítulo três, Deus se manifesta ao seu servo Moisés e o comissiona a libertar o seu povo do Egito, pois a promessa feita a Abraão, Isaque, Jacó e José teria que ser cumprida, pois a promessa é eterna, o cajado desta vez estava nas mãos de Moisés, mas Deus não iria obrigá-lo a fazer isso, Ele da a oportunidade de fazermos nossas escolhas, o homem não é uma máquina programada, mas, um ser racional que tem a prerrogativa divina de decidir para onde quer ir, podemos decidir se queremos obedecê-lo ou não, se não fosse assim, não haveria razão de Cristo ter feito expiação pelos nossos pecados.
Após Moisés ter passado 40 anos no Egito como um príncipe, estudando nas melhores universidades da época, onde aprendeu sobre ciência, filosofia e sociologia, cercado de toda a riqueza e luxo, ele se vê diante de uma grande encruzilhada, onde a vida apresenta-lhe duas escolhas, dois caminhos totalmente diferentes, ' o Egito e sua glória e as promessas de Deus ao seu povo feita séculos antes a seus pais'. Não havia a mínima chance de escolher os dois caminhos, isso não é possível na esfera divina, muitos tetam trilhar dois caminhos, querem estar na igreja, mas recusam a abandonar os prazeres mundanos, dizem-se Cristãos, mas flertam com o mundo, com um pé na igreja e outro no mundo, estão enganando a si mesmo, pois a Deus ninguém engana, ou somos filhos de Deus ou inimigo Dele, não há possibilidade de servirmos a dois senhores ao mesmo tempo.
Certa vez, o profeta Elias chega perante o povo de Israel e lhes impõe uma escolha; " Então Elias se chegou a todo o povo e disse: até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. 1 Reis 18:21" - Em outras palavras, Elias estava dizendo que não havia possibilidade de servir a Baal e ao Deus de Israel ao mesmo tempo, Deus não divide sua glória com ninguém, isso é impossível, é um engano pensar que pode agradar a Deus e usufruir dos prazeres pecaminosos oferecidos pelo mundo, esta prática de vida é incompatível com as sagradas escrituras. Elias estava exigindo que o povo decidisse em qual lado iriam ficar, estar em cima do muro é abominável a Deus, seja quente ou frio, a bíblia diz em apocalipse 3:16 que os mornos chega ao ponto de Deus vomitar de sua boca, Deus considera mais aquele que declaradamente não é seu servo a aquele que pensa que é e na verdade não é, dos que não tomam uma decisão em suas vidas e preferem ficar em cima do muro querendo agradar a gregos e troianos. Deus abomina isso. Não há comunhão entre trevas e luz, ou é uma ou outra, para Deus não existe meio termo.
Moisés tem uma escolha a fazer, o texto diz que ele 'recusou' a ser chamado filho da filha de Faraó, o verbo recusar dentro do conceito textual, tem o sentido de escolha, Moisés toma uma postura, decide o lado que vai ficar, não fica em cima do muro, ele sabe que tem que escolher um lado, ele faz a escolha certa dentro da visão eterna, dos propósitos do Senhor para sua vida, se ele olhasse com uma ótica humana, racional e egocêntrica, certamente ele escolheria ser chamado filho da filha de Faraó, teria um império ao seu dispor, glórias, realeza, estaria na linhagem sucessória de faraó, quem sabe, seria o maior de todas as dinastias Faraônicas. Porém, Moisés tinha algo gravado nas tábuas de seu coração, infinitamente mais nobre do que todas as glórias que o maior império do mundo antigo poderia lhe oferecer, ele tinha a promessa de Deus para seu povo, promessa esta, que é eterna, em que são benditas todas as nações e povos da terra, herdadas através de Cristo e que iremos viver plenamente na eternidade. Moisés não troca o incorruptível (eterno) pelo corruptível (finito). Ser filho da filha de Faraó era uma glória terrena, finita, que sucumbiu-se a mais de três mil anos atrás, não existe mais, mas a promessa de Deus para seu povo permanece inabalável até hoje e continuará para sempre.
Moisés tem a visão de Deus, despreza o desejo de sua carne e pela fé prefere o opróbrio de Cristo a ser um príncipe do Egito, prefere a vergonha e o desprezo herdado por Cristo a glória de ser chamado de filho da filha de faraó, prefere sofrer no deserto conduzindo um povo de dura cerviz e fazer a vontade de seu Deus a viver no conforto do palácio de faraó, prefere a perseguição no deserto a paz no palácio. Moisés não olha para o mundo e seus prazeres transitórios, mas pela fé, assim com seus pais, vislumbra um império vindouro e eterno, porque contemplava o galardão, que certamente herdará no reino eterno de Cristo.
Hoje, deparamos com essa mesma escolha, entre o Egito, simbolizado pelo mundo pecaminoso e o opróbrio de Cristo, simbolizado pelo Evangelho Eterno, são dois caminhos distintos, um leva a uma porta larga e um caminho espaçoso, aos prazeres pecaminosos tão desejados pela carne, proporcionando uma glória finita, mas ao final, leva a separação eterna de Deus e a morte; o outro caminho, na ótica humana, até parece não ser uma boa opção, apresenta uma porta estreita e um caminho apertado, onde tem que desvencilhar-se dos prazeres do pecado e da carne, porém é um caminho de remissão e restituição, que leva para presença de Deus, a um caminho que proporciona vida eterna a todos que Nele crer, onde todas as coisas se farão novas, onde todas as lágrimas serão enxugadas, onde a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor. Porém, tenham sempre em mente, não há como seguir os dois caminhos, não existe essa possibilidade!!! A decisão é sua, seu futuro está em suas mãos, escolha!!!
Autor: Eleno Corrêa
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